sábado, 29 de outubro de 2011

CONTRIBUIÇÕES DE FORTALEZA

Refletindo a partir do texto de Efrem, no que diz respeito ao fato de que fatores de riscos e de proteção não são condições estanques quanto ao uso problemático de drogas, trago aqui uma experiência de vida, refletindo o conceito de família como proteção, e situação de rua enquanto fator de risco.

A priori a família é um elemento de seguridade, visto como um espaço social de segurança ao desenvolvimento de nossas habilidades intelectivas, emocionais e sociais, e a rua o espaço da insegurança, da violência, da perversão, mas no caso de Cristal, nome fictício ao drama real de uma menina de 17 anos, as situações de riscos e proteção invertem-se.

Cristal vive em situação de rua desde os 15 anos de idade, a rua é sua casa, por que lá encontra uma rede de amigos e segurança, que superam as condições desfavoráveis na convivência com os pais.

Os pais de Cristal são usuários de drogas, e também já tiveram envolvidos com o tráfico, em casa, a nossa menina não raro encontra um ambiente hostil, relacionado à violência mutua entre os pais, durante o consumo quase diário de drogas, a casa pequena, dois cômodos apenas, não oferece espaço para a fuga desse contexto dramático, a noite, momento do repouso, é quando se intensifica o desconforto, pois os pais, as vezes durante o dia, ausentes em alguma atividade, aconchegam para o consumo exacerbado de drogas e as conseqüentes agressões que se repetem.

Mas é nas ruas de Fortaleza, que Cristal encontra o conforto da afetividade dos amigos, e nas calçadas frias, em que dorme, sente-se confortada, e encontra espaço para o repouso, mesmo em meio há um grupo de 50 pessoas, que dividem uma grande frente de loja.

Determinada, a não consumir o crack, diz ser impossível conseguir, diante da situação em que encontra em sua casa, e que a rua, o lugar representado socialmente como o produtor de violência e de usuários de drogas, é o seu ambiente de seu refúgio, proteção contra a desproteção encontrada no “seguro aconchego” de um lar.

A rua, para nossa pequena Cristal, no que se refere a esse contexto, não representa o espaço da repressão, da violência ou da desproteção, ou de riscos (ainda que a sociabilidade nas ruas também se constitua desses elementos, o pode sim apresentar fatores de riscos e sofrimento social ), é ao contrário a oportunidade da liberdade e do exercício de uma abstinência tranqüila, espaço ampliado para a fuga e preservação de sua própria segurança, oportunizada pela ausência do contato constante com a droga e a violência doméstica.

VAMOS ESTUDAR

Olá grandes formadores de de Empodera

Retomamos o blog como espaço de estudo e iniciaremos a animar todos vcs para a reflex
ão e discussão dos temas relacionados ao Tratamento Comunitário

Desta vez a metodologia sera a seguinte:

Usaremos o texto do Efrem como disparador.

Após a leitura,
, pedimos a vcs que contem uma historia, uma vivencia, um depoimento, uma ação , algo de pratico que segundo voces reflete o que esta escrito no material, ou em parte dele.

Estamos felizes de poder contar com vocês