AVALIAÇÃO E
SISTEMATIZAÇÃO
A PERGUNTA DA SEMANA:
Esse blog será mais uma forma de estar em contato, dividir nossas experiências, nossas boas práticas, nossos "quereres e saberes". Sejam todos muito bem vindos!!
Pessoalmente e profissionalmente trabalhando no Centro de Formação sinto muito interesse por encontrar e desenvolver instrumentos que facilitem a avaliação de nossas práticas, e nos de alguma dimensão do valor e do resultado que tem o que fazemos. E isto não simplesmente porque precisamos números para colocar nas justificativas de nossos projetos, se não para saber de verdade se estamos indo para lugar algum, se nossas percepções do que é certo fazer tem a ver com o interesse das pessoas com as quais trabalhamos e no final, se o que fazemos tem sentido.
Entendo que parte do meu trabalho é contribuir para que os projetos possam visualizar o seu valor e sua experiência, através da criação de materiais, de instrumentos mais criativos que contribuam com a reflexão, que facilitem a analises e promova discussões criticas e transformadoras e é esse umas das coisas que mais me motiva no trabalho quotidiano.
Penso que os principais impactos conseguidos até agora, tem a ver com o despertar a curiosidade, a vontade de fazer e a promoção da ação em diversos grupos com os quais trabalhamos. Temos contribuído para que grupos de educadores olharem mais ainda para seu entorno, acreditassem que é possível e que a transformação depende de nós e de nossas redes, que estão ali..próximas. Acho que estamos contribuindo para promover uma observação diferente e ações efetivas para um olhar comunitário e uma visão mais integral.
A articulação em redes é tarefa primordial no meu trabalho. Atuo numa ONG em Fortaleza que disponibiliza serviços à comunidade, como a terapia comunitária, a massoterapia, técnicas de resgate da auto-estima, escolinha e grupo de teatro. Atualmente, um dos principais parceiros da ONG Movimento Integrado de Saúde Mental Comunitária é a prefeitura Municipal de Fortaleza. Dentre as ações estabelecidas nesta parceria destacam-se a construção pela prefeitura de um Posto de Saúde do PSF (Programa Saúde da Família) na área da ONG. A prefeitura assinou um convênio com a ONG para encaminhar pacientes do SUS para beneficiarem-se das atividades disponibilizadas, em especial das técnicas de resgate da auto-estima e da massoterapia, pois a terapia comunitária é gratuita. Por meio deste convênio o projeto adquire recursos para o pagamento dos massoterapeutas.
Outra ação em rede foi a parceria estabelecida entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Ceará para capacitação dos integrantes das equipes do PSF do país em Terapia Comunitária. A ONG sedia a secretaria deste convênio.
Algumas instituições, como o Ceart e SESC estão num processo de aproximação com a ONG para verificar formas de estabelecimento de parceria.
Na Europa foi criada a Associação dos amigos do projeto 4 varas que possibilita o intercâmbio entre as pessoas da comunidade que atuam no projeto e a Europa por meio de viagens, trocas de experiências.
E se tratando de uma ONG que atua no contexto comunitário as redes são fundamentais, tanto as redes institucionais citadas, como as redes subjetivas.
É uma ONG com um grande potencial para estabelecimento de novas redes que contribuam na sua atuação e sustentabilidade.
A articulação em redes faz parte do meu trabalho, tanto na Ong Pode Crer como na Prefeitura de Votorantim.Acredito no poder de cooperação como atitude que enfatiza pontos comuns em um grupo para gerar solidariedade e parceria.Procuro articular promovendo a formaçao de redes sociais entre pessoas, entidades, comunidades, organizações governamentais e organizações da sociedade civil, no sentido de potencializar os recursos disponíveis à população, através de acolhimento, cooperação, disponibilidade, respeito às diferenças, tolerância e generosidade. Acredito que a vivencia comunitária é um veículo para a ampliação da visão de mundo, a geração de conhecimentos, o exercício da cidadania e a transformação social.Tenho começado a articulação em Votorantim pelas entidades como: secretarias da saúde(CAPS, ambulatório de saúde mental, P.A),cultura, esportes e cidadania; partindo então para os recursos existentes nas comunidades como escolas, clubes, centros esportivos, centros de saúde, núcleos de jovens, creas,etc. Por fim esses espaços servem para que as pessoas se encontrem podendo retomar o sentimento de potência, de pró-atividade, de autoria, de capacidade de influir, de fazer diferente.O exemplo disso é o desafio que bairro Vila NovA Votorantim participará através do centro de formaçao.No Pode Crer a articulação se dá através do trabalho em campo, de reduçao de danos e dentro do espaço de acolhimento, onde as pessoas realizam trocas, propõe atividades, encaminhamentos, e transformam-se em agentes multiplicadores em suas comunidades.Os benefícios são muitos, já que com a rede se ampliam as possibilidades de pertencimento dos indivíduos, que passam a fazer parte do caminho, como participantes reflexivos e não como o objetos sociais de uma ‘massa humana’.A relação de poder pode ser observada entre os profissionais e a comunidade, visto que ainda existe a crença de que a formaçao técnica implica em mais conhecimento e melhores condições de ajuda. Vejo que mostrar para essas pessoas, e para os líderes comunitários que a própria comunidade pode resolver e sanar os problemas identificados é a parte mais difícil. Tento dar conta através de reuniões e muito diálogo, mas sinto que o ideal está muito longe ainda.Como exemplo de rede, recentemente soubemos por uma paciente do consultório de meu sócio, que seu irmão, conhecido pela Ong, um usuário de drogas, encontrava-se morando nas ruas, com suspeita de tuberculose. Através do Ambulatório de DST/AIDS de Votorantim, localizamos o jovem, encaminhamos para atendimento médico e para André Luis, entidade que funciona como abrigo, em Sorocaba, para que fizesse seu tratamento. Contatamos seus parceiros moradores de rua e sugerimos ao líder que pensassem numa forma de que todos realizassem o exame de tuberculose, HIV, e tomassem a vacina de hepatite. Foram orientados quanto ao uso seguro de drogas, e hoje participam de um grupo organizado por eles para conscientizar as pessoas que estão em situação de rua sobre a reduçao de danos e cidadania. Estão tomando conta de carros e alguns buscando outras formas de sustento.Não percebi nessa situaçao conflitos de poder,já que esse grupo possui um líder,eu ja conhecia alguem do grupo,e a equipe tanto do dst qto do andre luis e ong foram solidários e acolhedores.