Avaliar é sempre muito difícil. Acredito que um dos nós da avaliação é o equilíbrio entre a evidência dos aspectos quantitativos e qualitativos. Nossos relatórios, em geral, são contextualizados com números, estatísticas, mas como mensurar os sonhos, as felicidades o bem estar das pessoas atendidas? É possível quantificar empoderamento, auto-estima e subjetividades? Acredito que todo processo avaliativo requer abertura para reflexão dos acertos e dificuldades, sem isso é difícil avançar. Temos a tendência de mostrar e evidenciar o que fizemos de bom, mas é na análise dos nossos erros que crescemos e somos melhores. Sempre tendemos a achar que os resultados dependem apenas do externo, da resposta que recebemos, dificilmente admitimos que a nossa intervenção talvez não tenha contribuído com a qualidade da resposta, dos resultados.Em nosso contexto vivemos esse dilema, a dificuldade de estabelecer o equilíbrio necessário entre os aspectos qualitativos e quantitativos. Os/as educadores/as de forma geral apresentam muitas dificuldades de avaliar sua prática, avaliar os resultados da sua prática e da Instituição como um todo. É sempre importante estar conversando sobre avaliação desmistificando-a enquanto algo que vem expor fragilidade, mas como algo que vem abrir caminhos, direções a seguir, na busca do melhor. Avalio que precisamos crescer muito quanto à construção de indicadores e avaliação. Outro caminho é trocar experiências, ver boas práticas neste sentido. Nossas práticas são motivadas pelo desejo de promover a garantia dos direitos das crianças e adolescentes aqui da comunidade. Como desejo maior o que nos motiva é a construção de uma sociedade mais justa. Falando dessa forma parece algo muito distante, e é difícil mensurar como e quanto nossa prática vem contribuindo para esses dois objetivos. Na verdade, enquanto pessoa, o que motiva a luta é a realidade cruel das crianças e adolescentes atendidos. Falta tudo: condições dignas de moradia, escola de qualidade, assistência médica e odontológica, carinho, cuidados, lazer, orientação, ambientes sadios para diversão, escuta, limites, regras, amor, diálogo, motivação, perspectiva, entre outras tantas coisas necessárias ao desenvolvimento humano. Meu desejo era que todos tivessem uma vida mais digna.
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