sexta-feira, 31 de julho de 2009

Raquel responde:


No âmbito do projeto social, avaliar é uma arte pois além da dificuldade em entender quais variáveis são as que dependem ou não dependem da sua intervenção , o processo de avaliação e sempre mais lento que os processos de transformação social.
Neste sentido avaliar muitas vezes esta relacionado ao referencial do avaliador .
Estes dias estivemos questionando sobre o valor da avaliação participativa e sobre se seus resultados devam ser considerados , assim como as avaliações acadêmicas.
E a triste conclusão que se chega é que os mesmo0s que pregam que temos que atuar em âmbito comunitário e empoderar os vulneráveis , não acreditam que estes são capazes de avaliar. Como se o dom de avaliar fosse dado somente aos doutores , mestres, acadêmicos. Como se uma avaliação verdadeira tenha que ser aquela onde impera a estatística e todos aquelas funções maravilhosas que só um que sabe usar o Excel pode fazer.
Neste sentido, poder avaliar é ter poder , é saber operar mais que outros.
Confesso que me desiludi com meus colegas. Porque um par , um que passou por uma situação de vulnerabilidade não é capaz de avaliar desde seu ponto de vista , desde sua vivencia e de sua experiência.
Quais os parâmetros da avaliação. Quem pode nos dizer que os logaritmos e os qui 2 são mais verdadeiros que o relato de alguém que sabe e vive o que esta avaliando.
Creio que estamos que os processos de avaliação pelos quais passamos são vários e temos que valorizá-los. Fazemos auto avaliações na Lua Nova, no centro de formação, verificamos os impactos do trabalho que fazemos , perguntamos aos nossos parceiros o que pensam de nos.
Também fazemos follow up , que nos ajuda a entender no tempo o que fizemos.
No caso da sistematização já acredito ser um enorme instrumento de organização e consequentemente de avaliação .
NA medida em que criamos instrumentos de sistematização que permitem que tanto o acadêmico como o parceiro comunitário possa organizar seu fazer, seu pensamento , seu sentimento , estamos não so entendendo melhor sobre nossa pratica e nossos princípios , como estamos principalmente democratizando o processo de avaliação e dando poder aqueles que finalmente merecem recebe-lo.
Este é um sonho, tentamos praticar, mas estamos ainda distantes de fazer com que a avaliação seja um instrumento de construção e não de controle.

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