quarta-feira, 22 de julho de 2009

Marta responde:

A articulação em redes faz parte do meu trabalho, tanto na Ong Pode Crer como na Prefeitura de Votorantim.Acredito no poder de cooperação como atitude que enfatiza pontos comuns em um grupo para gerar solidariedade e parceria.Procuro articular promovendo a formaçao de redes sociais entre pessoas, entidades, comunidades, organizações governamentais e organizações da sociedade civil, no sentido de potencializar os recursos disponíveis à população, através de acolhimento, cooperação, disponibilidade, respeito às diferenças, tolerância e generosidade. Acredito que a vivencia comunitária é um veículo para a ampliação da visão de mundo, a geração de conhecimentos, o exercício da cidadania e a transformação social.Tenho começado a articulação em Votorantim pelas entidades como: secretarias da saúde(CAPS, ambulatório de saúde mental, P.A),cultura, esportes e cidadania; partindo então para os recursos existentes nas comunidades como escolas, clubes, centros esportivos, centros de saúde, núcleos de jovens, creas,etc. Por fim esses espaços servem para que as pessoas se encontrem podendo retomar o sentimento de potência, de pró-atividade, de autoria, de capacidade de influir, de fazer diferente.O exemplo disso é o desafio que bairro Vila NovA Votorantim participará através do centro de formaçao.No Pode Crer a articulação se dá através do trabalho em campo, de reduçao de danos e dentro do espaço de acolhimento, onde as pessoas realizam trocas, propõe atividades, encaminhamentos, e transformam-se em agentes multiplicadores em suas comunidades.Os benefícios são muitos, já que com a rede se ampliam as possibilidades de pertencimento dos indivíduos, que passam a fazer parte do caminho, como participantes reflexivos e não como o objetos sociais de uma ‘massa humana’.A relação de poder pode ser observada entre os profissionais e a comunidade, visto que ainda existe a crença de que a formaçao técnica implica em mais conhecimento e melhores condições de ajuda. Vejo que mostrar para essas pessoas, e para os líderes comunitários que a própria comunidade pode resolver e sanar os problemas identificados é a parte mais difícil. Tento dar conta através de reuniões e muito diálogo, mas sinto que o ideal está muito longe ainda.Como exemplo de rede, recentemente soubemos por uma paciente do consultório de meu sócio, que seu irmão, conhecido pela Ong, um usuário de drogas, encontrava-se morando nas ruas, com suspeita de tuberculose. Através do Ambulatório de DST/AIDS de Votorantim, localizamos o jovem, encaminhamos para atendimento médico e para André Luis, entidade que funciona como abrigo, em Sorocaba, para que fizesse seu tratamento. Contatamos seus parceiros moradores de rua e sugerimos ao líder que pensassem numa forma de que todos realizassem o exame de tuberculose, HIV, e tomassem a vacina de hepatite. Foram orientados quanto ao uso seguro de drogas, e hoje participam de um grupo organizado por eles para conscientizar as pessoas que estão em situação de rua sobre a reduçao de danos e cidadania. Estão tomando conta de carros e alguns buscando outras formas de sustento.Não percebi nessa situaçao conflitos de poder,já que esse grupo possui um líder,eu ja conhecia alguem do grupo,e a equipe tanto do dst qto do andre luis e ong foram solidários e acolhedores.

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