sábado, 18 de julho de 2009

Raquel responde:

Em uma visão bem simplista o prazer vem a ser a proteção e ao mesmo tempo a motivação de todas as situações de vulnerabilidade.
A vida é movida de prazeres porem nós temos dificuldade em reconhecer e conceder a oportunidade de prazer a nos mesmos e conseqüentemente as pessoas com quem convivemos.
A Palavra prazer esta ligada no senso comum (e não) a sexualidade, e instintivamente a moralidade, a culpa, ao medo, a conflitos etc.
A necessidade de sentir prazer para a sobrevivência nos move a caminhar, a continuar vivendo, a buscar novas e novas descobertas.
Muitas vezes não temos referencia de comportamentos prazerosos, não aprendemos isso, não somos estimulados a sentir prazer. Assim, como o prazer e o elemento fundamental nas nossas vidas acabaram buscando em situações que nos remetem a risco, como drogas, comportamentos de prazer sexual confusos, compulsões alimentares, compras etc.
A cultura do prazer é ambígua neste sentido, pois ao mesmo tempo em que necessitamos dele estamos constantemente sentindo que pecamos por ele. E é deste ciclo e neste ciclo que o tratamento comunitário, junto com seus conceitos de representação social, das minorias, das defesas e conflitos, quer atuar.
Nossa grande tarefa e poder fazer perceber prazeres e conseqüentemente poderes nas pessoas em situações que não nos remetam a risco, a culpa a sensação de imoralidade.
E neste sentido não queremos eliminar o sexo e as drogas de nossas ações, o que queremos e que sexo, drogas e tudo o que promove prazer possa ser vivido e sentido de maneira que nos ofereça sensação de capacidade, de potencialidade, que nos de poder e não que nos coloque na situação de quem não tem de quem não sabe sentir, de quem precisa receber e não pode dar.
Trata-se então em um primeiro momento de poder aceitar o prazer em nossas vidas como um elemento vital, como comer, beber, dormir etc.
Uma vez assumindo que temos o direito e o de ver de sentir prazer, já nos encaminhamos para o caminho de poder viver não pela dor, mas pela vida.
Exemplos práticos são estes que tentamos criar e utilizar em nossas intervenções, a revista que permitem comunicar os prazeres, as ações de seu, os teatros, etc.
Principalmente e sempre é o olhar o outro pela sua capacidade de sentir prazer sem depois estar fadado à dor.

2 comentários:

  1. Raquel,

    Lendo sua resposta lembrei-me da música do Titãs - Epitáfio.
    Para mim, uma das formas de chegarmos a nós mesmos é o prazer. Quais são nossas fontes de prazer? Como as buscamos? Penso nisso constantemente. Quando me afasto de mim vejo que as fontes de prazer são as primeiras a serem colocadas de lado. Um caminho é resgatá-las. Ir em busca.
    Na música eles falam em ver o sol se por...Com relação ao ver o sol se pôr...quando você vier ao Ceará já fica marcado contemplarmos o sol no seu espetáculo crepuscular.
    Forte abraço
    Com carinho


    Epitáfio - Titãs
    Devia ter amado mais
    Ter chorado mais
    Ter visto o sol nascer
    Devia ter arriscado mais
    E até errado mais
    Ter feito o que eu queria fazer...

    Queria ter aceitado
    As pessoas como elas são
    Cada um sabe alegria
    E a dor que traz no coração...

    O acaso vai me proteger
    Enquanto eu andar distraído
    O acaso vai me proteger
    Enquanto eu andar...

    Devia ter complicado menos
    Trabalhado menos
    Ter visto o sol se pôr
    Devia ter me importado menos
    Com problemas pequenos
    Ter morrido de amor...

    Queria ter aceitado
    A vida como ela é
    A cada um cabe alegrias
    E a tristeza que vier...

    O acaso vai me proteger
    Enquanto eu andar distraído
    O acaso vai me proteger
    Enquanto eu andar...(2x)

    Devia ter complicado menos
    Trabalhado menos
    Ter visto o sol se pôr...

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  2. DOra
    gosto da musica e tento cada vez mais acreditar que o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraida ou esquecida de sentir prazer

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