No trabalho que realizado são diversas as situações de conflitos encontradas. Desde os conflitos entre a equipe, entre os jovens que participam do espaço, nas comunidades, entre instituições, entre outros. Mas quero em ater a duas situações que temos presenciado e acho interessante relatar. Uma das situações é os conflitos dos Educadores Pares com a equipe “técnica” e um outro é entre líderes e atores da comunidade. A mediação configura um meio consensual de solução de conflitos no qual duas ou mais pessoas, com o auxílio de um mediador – terceiro imparcial e capacitado, facilitador de diálogo – discutem pacificamente, buscando alcançar uma solução satisfatória para o problema. As pessoas que vivenciam a controvérsia são as responsáveis por sua administração e solução. O poder de decisão é das partes e não do mediador. Muda a concepção do conflito, que deixa de ser entendido como algo prejudicial à sociedade para receber uma conotação positiva.
O conflito é percebido assim como algo natural, próprio e oriundo das relações humanas. Necessário para o aprimoramento e transformações das atitudes dos indivíduos, em prol de uma convivência pacífica e solidaria. A mediação, assim, possui importante papel no resgate à participação das pessoas na efetiva solução de seus problemas, sempre por meio do diálogo. Inicia-se a busca da comunicação e atuação concreta em prol do reconhecimento da responsabilidade de cada um por suas atitudes e conseqüentes mudanças de comportamento de forma consciente. E também um ponto importante explicitado no texto é que a mediação de conflitos dá acesso à cidadania e aos direitos humanos de uma comunidade, de um grupo, de pessoas.
Voltando um pouco nas situações de mediação de conflito que cito como importante a de Educadores Pares e equipe “técnica”, acabam ocorrendo diariamente porque os Educadores trazem uma maneira de lidar com os jovens, maneiras de intervir que muitas vezes difere da equipe que possui o “saber”(muito entre aspas). E ai quem é o mediador? Bom, nestes casos acredito que os mediadores acabam sendo um representante eleito no meio da discussão, aquele que acaba tendo uma postura mais imparcial, que ouve as duas partes, podendo ser um da equipe técnica ou um educador par. Mas o que observo que é mais interessante é que essas discussões fazem com que todos reflitam muito sobre determinada situação, até que todos chegam a uma conclusão que abarque as questões de um lado e as de outro, e também enriquecem muito o trabalho com a contribuição que os dois SABERES trazem. Outra situação é a de líderes e atores comunitários. Uns meses atrás e ainda está acontecendo isso em um bairro que Lua Nova atuou por muito tempo. Dois líderes comunitários estão brigando por um espaço, sendo que cada um quer desenvolver uma ação social neste local. Muitas outras questões perpassam por esse “conflito”, mas a questão apareceu por causa desta luta pelo espaço. A comunidade acaba que se dividindo, uns dão razão para um, outros para o outro. Nosso papel neste momento, foi ser imparcial (tentar ser pelo menos, porque isso é um pape difícil), e nos afastarmos do meio da confusão, dado que eles estavam até disputando a Lua Nova.
Portanto, no nosso trabalho os conflitos são diários e a mediação ocorre através dos próprios lideres e atores da comunidade, que assumem este papel; em outras situações por membros da equipe, sendo os educadores pares ou os “técnicos”; os jovens mediam conflitos também.Neste texto que cito como bibliografia achei interessante devido ao exemplo que colocam de mediação comunitária, no qual a própria comunidade media os conflitos, tendo o poder de resolução e prevenção dos mesmos. Representa um meio efetivo de transformação da realidade, o que vai de encontro com os nossos trabalhos comunitários...
Bibliografia: A mediação Comunitário: Instrumento de democratização da Justiça.
Filmes:
Abril despedaçado
O último rei da escócia
Gangues de Nova York
Scarface
Os Intocáveis
Xeque-Mate
O Senhor das Moscas
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