quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ricardo responde:

O fato de existirmos pressupõe vivermos em conflito permanente, começando a partir das diversas fases de desenvolvimento (infância, adolescência, juventude, adulto, velhice). Também nos relacionamentos familiares (compreendendo esse espaço como de acolhimento e segurança). O conflito também é inerente à vida em sociedade.

Vale salientar que há níveis diferenciados de conflitos. Alguns contribuem para o nosso crescimento pessoal, para a aprendizagem e a convivência social. Lamentavelmente, há os conflitos que extrapolam a convivência social harmônica, e que geram a violência física, psíquica e moral. Este tipo de conflito nos dias atuais cresce e se torna cada vez mais banal, seja por influência dos meios de comunicação ou pelo modelo de “vida moderna”, onde não é valorizado o diálogo e a convivência comunitária e predomina a intolerância.

Percebo que em nossa comunidade a maioria dos conflitos está dentro das famílias. Os conflitos de geração acabam tomando-se verdadeiras guerras. Também é neste espaço que acontece os mais variados tipos de violência, inclusive abusos sexuais (originados de outros tipos de conflitos). A figura do lar (família) passa a ser da discórdia e da insegurança. Diálogo não é mais possível, usa-se a forca física, o que gera mais conflitos. E para mediar esta situação, buscam-se os agentes dos direitos (polícia advogado, juiz, etc.). Os conflitos são “resolvidos” (ou melhor, jogado para debaixo do tapete até que venha um outro, e recomeça tudo de novo) a partir da Lei e não do diálogo.

É necessário criarmos espaços de mediações dos conflitos familiares ou comunitários, onde o diálogo entre as gerações sejam feitas, prevalecendo o respeito ao próximo. E que nos conflitos, os envolvidos tirem uma aprendizagem para as suas vidas e que de fato se reconciliem.

Bibliografia: O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática
Dalka C. A. Ferrari e Tereza C. C. Vecina

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