quarta-feira, 24 de junho de 2009

Marta responde:

Segundo Maria Teresa Maldonado:
"A visão sistêmica é muito útil para desenvolver nossa sensibilidade para captar a complexidade dos conflitos, especialmente os que envolvem múltiplas partes. A visão sistêmica supõe a causalidade circular, e não a linear (causa-e-efeito), enfatizando a interdependência de todos com todos e de tudo com tudo. Em palavras simples: o que eu faço influencia o que você faz e vice-versa.''Com este olhar sistemico,O que define o conflito como destrutivo ou construtivo é a nossa maneira de lidar com ele. O conflito pode resultar em brigas crônicas e em escalada da violência; por outro lado, pode ser terra fértil para criar boas opções. Daí a encruzilhada e o desafio: como desenvolver habilidades para transformar conflitos destrutivos em caminhos construtivos para harmonizar diferenças e criar soluções satisfatórias para todos? Tenho tentado vencer esse desafio,controlando minha impulsividade e buscando tanto na vida pessoal como nos ambientes de trabalho soluçoes não-violentas dos conflitos, onde as diferenças são reconhecidas e os problemas são redefinidos para a busca de soluções que satisfaçam as necessidades de todos.Podemos encontrar um exame mais aprofundado dessas questões em vários autores, como Leonardo Boff, Fritjof Capra, Milton Santos, Elise Boulding e William Ury.Com certeza o desgaste emocional é menor,mas existem situaçoes em que precisamos entrar com um terceiro facilitador que escuta as partes,como no caso de desavença familiar ou entre dependentes químicos, esclarecendo as questões, estimulando a criação de opções e ajudando as partes a chegarem às suas próprias soluções. Motivando sem manipular e incentivando a construção do acordo sem coerção. Para isso, é preciso ter habilidade para separar as pessoas do problema. Como diz William Ury, é preciso ser gentil com as pessoas e duro com o problema. Em outras palavras, aprender a atacar o problema sem atacar as pessoas. Quando as pessoas gastam muita energia se atacando, a briga fica interminável e o problema que elas querem resolver fica sem solução. A escuta respeitosa é o principal recurso de comunicação porque nos permite ir mais fundo no conflito. Considera-se que 50% da negociação dependem da escuta. A partir daí, é possível compreender, expressar sentimentos, ter empatia. Portanto, no papel de negociadores, conciliadores ou mediadores, para ir “além das aparências” no conflito, precisamos ficar neutros,e controlar nossos proprios sentimentos.Com certeza acho mais fácil ser a mediadora do que estar no meio do conflito...Nossa capacidade de atuar no mundo é fortemente influenciada pela linguagem que adotamos: podemos colocar o foco no que falta, nos problemas, nas razões pelas quais as coisas não andam bem; mas podemos escolher colocar o foco no que está bem e pode ficar ainda melhor; quando apreciamos as competências das pessoas, abrimos novos espaços para ser e atuar. Portanto, certas formas de comunicação são mais eficazes para abrir novas possibilidades e construir um clima melhor no relacionamento. Podemos construir novas maneiras de conversar que resultem na busca ampliada de soluções e de responsabilidades compartilhadas, em vez de empacarmos em justificativas, queixas e acusações. Isso significa sair da postura de dar desculpas para a postura de assumir responsabilidades e, em conseqüência, aumentar nosso poder de transformar a situação em que estamos.Para mim esse processo exige maturidade e com certeza nos ajuda a sermos seres humanos melhores.

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