TEMA DA SEMANA II
Representações sociais e minorias ativas
PERGUNTA DA SEMANA II
De acordo com a bibliografia enviada e outras que vocês possam conhecer ao respeito. Que representações sociais hoje você acredita que devam ser transformadas e que minorias ativas deveriam assumir este processo?
CASSIA COMENTA:
ResponderExcluirCom a evolução e o passar dos anos, o uso das substâncias aumentaram em larga escala, potencializando seus efeitos sociais. Hoje a dependencia quimica tem um significado mais amplo, e suas consequencias muitas vezes tristes, e o que é pior, na maioria das vezes está associada ao marginalismo, e portanto os dependentes sempre estão desacreditados, e naturalmente são excluídos dos ambitos sociais. Fico me perguntando até quando será assim?? Será que para que isso começe a se modificiar teremos que ter um dependente na casa de cada um, para v iver o problema de perto, e poder sentir o que o outro sente. Esse preconceito vem de todas as esferas sociais, inclusive de muitos profissionais que fazem um trabalho sem ao menos acreditar nele. Na minha experiência atual trabalhamos com abstinência como objetivo final, mas sabemos que sem tratar comunidade, família e sociedade esse objetivo final é muito mais complicado do que parece. O máximo que consigo é trabalhar com esses meninos pois são adolescentes em sua maioria, e com muitas dificuldades com sua família. Existem muitos rótulos e estigmas relacionados aos dependentes de álcool e drogas, e vejo como é importante a solidariedade entre os dependentes químicos em seu processo de recuperação e reinserção social. E mais, a importância do trabalho em todos os ambitos, sendo assim cada um faz um pouco e o objetivo final pode ser muito melhor que o esperado. Um olhar diferenciado para essa população, faz com que nós possamos descobrir potencialidades que talvez jamais pudessem aparecer se não tivessemos o tato de ter esse olhar.
Alguns exemplos de representações sociais que devem ser transformadas (de acordo com realidades que conheço):
ResponderExcluir1. Dos grupos com os quais trabalhamos (acredito que surgem muito essas falas):
- Não concordar com a desigualdade social e má distribuição de renda (uns muito ricos e outros muito pobres) significa que tenho direito de ter o que tiraram de mim (roubar, por exemplo).
- Quando eu uso substancias (drogas, álcool, etc) eu provo que não tenho medo de arriscar, que eu vou até o limite.
- Fazer parte de um grupo criminoso, ter uma arma, significa que serei respeitado porque estarei no poder.
- Usuário de droga é bandido, não presta.
- Ninguém me dá uma oportunidade na vida.
- Violência está ligada ao poder, ao controle da situação;
2. Da equipe, organização (nossas representações, pois ouço essas falas no dia-a-dia):
- Ter um filho enquanto se é adolescente vai estragar a sua vida;
- “Pau que nasce torto nunca se endireita”;
- “Quem pode manda. Obedece, quem tem juízo”.
- “Fulano não tem mais jeito, é caso perdido”.
- Para ser feliz uma mulher precisa ter uma casa e um marido.
- O homem tem obrigação de sustentar a mulher.
- Você só vai ser alguém na vida se você estudar e for inteligente.
As minorias ativas, acredito eu que já existem. No primeiro exemplo (1) acredito que a equipe já vem desempenhando um papel nesse processo a medida que trabalha dentro da comunidade oferecendo “novas realidades”e possibilidades para alguns indivíduos. Acredito que posteriormente esses indivíduos assumirão um papel de transformar outras realidade fora desse grupo com o qual trabalhamos.
No outro exemplo (2), acredito que em alguns núcleos nos quais trabalhamos, da própria população atendida, surgiram indivíduos que vem transformando as representações sociais da equipe a partir de seus próprios exemplos de vida. Acredito que as minorias surgirão da população atendida, de uma parte da equipe e principalmente da relação dessa equipe com outras organizações e pessoas.