Esse blog será mais uma forma de estar em contato, dividir nossas experiências, nossas boas práticas, nossos "quereres e saberes". Sejam todos muito bem vindos!!
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Mariana Navarro responde:
Quando não conhecemos algo ou alguma situação, temos a tendência de construir modelos de explicação para o que para nós é desconhecido e acabamos por atribuir valores, baseados no pensamento do coletivo.
Um exemplo disso que tratarei nesta reflexão é a questão das “drogas”. Ao ouvir falar neste nome, a grande maioria das pessoas pensa em algo ruim, danoso, que traz o mal às pessoas e estas, as pessoas que utilizam as substâncias psicoativas, mais conhecidas por este termo “droga”, são vistas como “drogados”, geralmente descritos como sujos, violentos e que estão em um caminho sem volta.
Acredito que a representação social que a grande maioria das pessoas têm da “droga” precisa ser modificada para que possamos realizar um trabalho que realmente gere resultados. Enquanto continuarmos olhando para a droga como o “maior mal do mundo” e para seus usuários como aquele que está perdido na vida, continuaremos a trata-los com medo, ameaça e recusa. Se esperarmos viver em um mundo sem “drogas”, estaremos negando toda a história da humanidade e também as possibilidades de relações menos danosas que os usuários possam vir a estabelecer com estas substâncias.
A partir do momento em que houver uma mudança em nossa compreensão acerca do que chamamos de “drogas”, conseguiremos entender que neste assunto, o mais importante são as relações que as pessoas estabelecem na vida, seja com outras pessoas ou com o trabalho, ou com o jogo, ou com a televisão, ou com as substancias psicoativas e com todas as outras coisas da nossa vida. E, mais importante de tudo, que os usuários destas substâncias são, antes de tudo, Pessoas, que como tais amam, choram, sorriem, trabalham, divertem-se... Enfim, é impossível reduzir uma pessoa a uma das coisas que ela faz, ou seja, porque usa “drogas”, torna-se “drogado”, negando toda uma série de relações, de redes subjetivas, potencialidades e dificuldades que esta pessoa também tem na vida.
A importância das Minorias Ativas neste processo se dá pelo fato de serem fatores e agentes inovadores da mudança. É um olhar diferente para gerar a estratégia. Assim, é preciso haver a Minoria Ativa para haver mudança. Neste sentido, os grupos que têm um outro olhar sobre o que chamamos de “drogas”, promovem encontros de discussão com a participação da população (rodas de diálogos, fóruns, etc.) a fim de promover mudanças de paradigmas e construção de Políticas Públicas que atuem com o foco na prevenção e não na repressão, como o caso da Política de Redução de Danos, adotada em alguns municípios e da mudança na nomenclatura da Secretaria Nacional Antidrogas (Antiga SENAD) para Secretaria de Políticas Sobre Drogas, assim como também a nomenclatura dos Conselhos Estaduais e Municipais.
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